quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Tempo não para

O tempo passa, o relógio continua a girar eu nem percebo o tempo passar. Parece que foi ontem que brincava de boneca, pulava corda, passava ferias na fazenda e cavalgava livre pelos campos. Parece que foi ontem que era ninada pra dormir, que ganhava doce da vovó, que esperava ansiosamente pelo natal, que ficava brava porque o tempo demorava a passar e eu queria logo ficar adulta, como era maravilhoso sonhar em ser gente grande. Ma s o Tempo passou e a vida adulta chegou, e não é tudo aquilo q sonhava,la se foi a inocência, veio as duvidas,conflitos , responsabilidades tudo que a vida adulta pode oferecer, o tempo já não demora tanto a passar, agora não dá mais pra brincar de ser adulta, e tudo real. A vida é engraçada, tem dias que desejo ser criança novamente porque enquanto criança não me preocupava em envelhecer, em não ter tempo de fazer tudo que planejo, e triste perceber como o tempo não pára. E e tão difícil perceber que coisas tão simples e magicas como o amor, agora machuca, que o príncipe encantado não existe. é difícil perceber que as escolhas mudaram,não da mais tempo de escolher errado,agora elas não brincadeiras de criança, a vida e o futuro depende exclusivamente dessas escolhas. Mas o tempo passa, a vida corre, o relógio não pára. Só temos que olhar pra traz e agradecer a Deus pela dádiva da vida, e talves quem sabe parar de correr conta o tempo e sonhar um pouco mais como fazíamos enquanto éramos crianças... Porque na verdade o TEMPO NÃO PÁRA... (Susana Rodrigues)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Coisa rara.( outro texto q encontrei em Blog q sigo..perfeito)

Eu não acredito em amor, mas acredito em nós dois e na forma como você faz alegre meus dias. Nunca quis pensar no que seria, ou em um amanhã, e dessa impossibilidade vi nascer isso que não tem nome, mas é bacana, livre, gostoso e é nosso. Eu, que te conheço de uma forma que não entendo, te sinto pelo avesso. Eu sei quem você é. Tudo em ti me interessa, tuas falhas, tua solidão, teus enganos e tua ira. E esse menino que mora em ti, que adora me roubar sorrisos e de quem eu gosto muito. Esse menino que guarda uma tristeza escondida, que quase ninguém vê, que tem uma mão que fere e a outra que acarinha. Eu gosto de abraçá-lo. Eu que sempre pude ser inteira ao teu lado, gosto de fazer do teu desejo o meu prazer; do meu corpo o teu gozo; do que falo, teu falo e teu beijo. Eu que gosto tanto da tua orelha, e da forma como de leve você muda o tom da voz para mentir, gosto mais ainda de como juntos ou separados torcemos um pelo outro, e gosto muito, mas muito das tuas pernas, você sabe e de uma coisa que só gosto em você, em mais ninguém. E o melhor é que nos interessamos e nos desinteressamos um pelo outro, quase sempre ao mesmo tempo, o que facilita e alivia. Eu, que sei tudo isso, nunca me permiti nada além de uma certa nostalgia por ter chegado tarde demais na tua vida, por que acho mesmo que teríamos sido um casal e tanto, dois iguais,olho no olho, muitas loucuras, amor no carro, viagens para Paris e New Orleans, e você leria nu para mim e eu te dedicaria meus livros. Mas nada disso chega a doer de verdade, por que a vida é hoje e sabes bem que não lamento e quase nunca penso nisso. Por que de alguma forma estamos um para o outro, no agora, do nosso jeito. Eu que adoro tua urgência quando sentes meu cheiro, não sei dar nome ao que temos. Como se chamam as relações que são leves, intensas, francas e duras, mas nem por isso menos doces? Que nome dar a um afeto que vive por dia, que não espera ou cobra, que é espelho e estrada, que não teme partida e celebra a chegada? Acho que seu nome seria coisa rara. Eu que te minto muito pouco, mas não altero o tom da voz quando faço isso, também gosto de você e ponto,e mais um ponto e outro mais. Beijos sua B.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Soneto de Separação (Vinicius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama De repente não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo, distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente

As Borboletas (vinicius de moraes)

Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então . . . Oh, que escuridão!

Para uma menina com uma flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado. E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo. E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro. E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois. E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

POSTANDO UM TEXTO QUE ENCONTREI EM UM BLOG...MAGNIFICO TEXTO

Sozinha-acompanhada. Depois que ele partiu ela voltou a ser sozinha. Mas era um sozinha diferente, entende? Era sozinha acompanhada. Porque sabia que o pensamento dele, estava com ela, assim como seu coração. Era o estar sozinha mais bonito que já conhecerá. Era aquele tipo de presença-ausente que invade seu dia e surpreende você no trabalho, enquanto dirige ou quando escova os dentes. É o tipo de presença-ausente que não conhece barreiras, por que o outro está, mesmo não não estando. E não apenas sua memória está repleta de presença, seu corpo também está. O cheiro do ausente que te assalta no meio de uma conversa, ou durante uma aula, então você para e, sem que o interlocutor perceba, você tenta capturar o cheiro do ausente que ronda, fixado nas roupas, nas mãos, na alma. A presença-ausente de amor retribuído é receber uma ligação do amado no mesmo instante em que você estava pensando nele - mas a verdade é que você pensa nela quase o tempo todo, então isso não chega a ser uma coincidência. É a mensagem que diz pouco, mas um pouco que diz muito, ele do outro lado, está pensando em você. A mensagem que te rouba um sorriso, e que enquanto não chega, deixa você triste feito dia sem sol. E quando chega te enche de energia para enfrentar o mundo lá fora, tão alheio à sua felicidade. Com a presença-ausente, ela aprendeu é abraçar o travesseiro com força de tanto sentir saudades e, ao sonhar com o ausente, ficar triste por acordar, vontade de voltar para o sonho. A presença-ausente é o estar sozinha acompanhada mais doce que se pode experimentar. É sorrir sozinha no meio da rua, no meio de estranhos se sentindo portadora de um grande segredo, ou de uma espécie de bênção. Ela então descobriu, o estar sozinha acompanhada, é o que alguns chamam de amor.

Linda Frase...de Rubem Alves

"Cartas de amor são escritas não para dar noticia,não para conatar nada,mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel"