terça-feira, 29 de março de 2011

Você Vai Lembrar De Mim

Quando eu te vejo Espero teu beijo Não sinto vergonha Apenas desejo Minha boca encosta Em tua boca que treme Meus olhos eu fecho Mas os teus estão abertos Tudo bem se não deu certo Eu achei que nós chegamos tão perto Mas agora - com certeza eu enxergo Que no fim eu amei por nós dois Esse foi um beijo de despedida Que se dá uma vez só na vida Que explica tudo sem brigas E clareia o mais escuro dos dias Tudo bem se não deu certo Eu achei que nós chegamos tão perto Mas agora - com certeza eu enxergo Que no fim eu amei por nós dois Mas você lembra! Você vai lembrar de mim Que o nosso amor valeu a pena Lembra é o nosso final feliz você vai lembrar...vai lembrar...sim... você vai lembrar de mim... (nenhum de nós)

domingo, 27 de março de 2011

renúncia...

Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. - Caio Fernado Abreu

sexta-feira, 25 de março de 2011

algumas vezes fatal

“Irei vê-lo de novo amanhã – e estou aterrorizada e empolgada. Sem fome, sem sono, agitada – todos os sintomas daquela doença, algumas vezes fatal, chamada amor.” Erica Jong

quarta-feira, 16 de março de 2011

DISTÂNCIA....

'A distância impede que eu te veja, mas não impede que eu te ame.'

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amanhã era amanhã. Depois ela resolvia..."

"Ela sabia que precisava dele. Pelo menos naquela noite chuvosa e sem grandes esperanças. Mas tinha medo da compulsão. De querer ele sempre e sempre e pra sempre. E amanhã e depois. E de dia, e tarde, de madrugada. E não saber digerir tanto amor e tanto amor acabar lhe fazendo mal. Só mais um pouquinho, pensou. Uma lasquinha. Pra dormir feliz. Amanhã era amanhã. Depois ela resolvia..." Tati Bernardi

"Não diz nada, você não diz nada.

"Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha para mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi para saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha a boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelha, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa". Caio Fernando Abreu